Publisher's Synopsis
Este livro faz uma análise da relação entre Deus e sua criação, tomando-a como uma obra de redenção e de glorificação. Em todas as suas partes é ressaltado o contato sobrenatural entre Deus e o homem, enfatizando a fé como aceitação da revelação. Uma visão esclarecedora sobre os novíssimos é colocada logo na primeira parte; logo em seguida, é feita uma análise sobre a relação do Gênesis na história da Criação, sobretudo, considerando o papel de Henoc. Há, entretanto, uma análise de mister importância sobre a atuação de Maria na obra da criação, como a ponte que ligou a eternidade ao tempo, cedendo seu próprio corpo para que Deus pudesse se encarnar. Assim, na pessoa de Maria, pode-se dizer que tempo e eternidade são sintetizados. Ela representa a continuidade da harmonia inicial da criação narrada em Gn 1, quando ocorre a passagem do caos para a ordem.Como a realidade de Deus é amor, como coloca de forma veemente a Sagrada Escritura, a análise do livro também se orienta para esta questão, esclarecendo o amor como a síntese entre o tempo e a eternidade que se faz presente no tempo por meio de uma união hipostática, resultando em uma vitória absoluta sobre a morte. Nossa análise faz questão de atestar que a criação é uma obra trinitária e que o mundo é casa de Deus, sendo os sacramentos as sementes da eternidade no mundo. Isso tudo é confirmado pelo fato irrefutável da Ressurreição, pelo qual Jesus vence definitivamente a morte.A análise feita pelo livro faz a consideração sobre o movimento da eternidade em relação ao tempo. Não se pode pensar uma eternidade estática, longínqua e indiferente, sem relação alguma com o tempo. Quando Gn 1 diz "No princípio", está colocando uma indeterminação espacial e temporal, indicativa de um encontro entre tempo e eternidade. Isso demonstra relação entre duas dimensões, uma relação estreita a tal ponto, capaz de fazer com que a revelação da eternidade ao tempo torne-se constante, enquanto Tradição e enquanto Escritura, até chegar o tempo em que ela se completa. O tempo responde a esta revelação pelo ato de fé e isto resulta na formação da Igreja, transmissora da revelação. Antes, porém, de institucionalizar-se o cristianismo, a experiência de fé de Maria foi marcante, enfrentando as estruturas constituídas do judaísmo para assumir o risco de uma gravidez que diante da sociedade poderia condená-la, mas aos olhos da fé ocorria ali o milagre de Deus.Finalizando o livro, é feita uma análise da criação como festa, pois diz a Escritura "Deus viu que tudo era muito bom". A criação é o maior empreendimento de Deus e é um ato que continua, não terminou no passado. É uma festa constante que proporciona um descanso, o descanso da santificação, como explica a Escritura. Como se fosse as notas musicais que de dó a si dão sensação de incompletude, mas chegando ao outro dó, vem a sensação de completude e de descanso. Assim é a criação, uma escala musical completa que conduz ao descanso, à harmonia e que nunca se acaba, está sempre acontecendo. A criação ocorre, é violentada pelos momentos de guerra e de escravidão, como os hebreus no Egito, é restaurada pela libertação trazida por Moisés e totalmente redimida pelo Mistério Pascal que somente Jesus Cristo, a eternidade presente no tempo poderia oferecer. A criação nunca vai deixar de ser festa, pois ela é a grande semente da eternidade que acontece todos os dias dentro de todos, basta abrir-se para sentir os seus efeitos de transformação.